A RESSIGNIFICAÇÃO TURÍSTICA IMPOSTA AS ÁREAS URBANAS CENTRAIS DE VALOR HISTÓRICO: OS NOVOS HOTÉIS NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR

Solange Valladão
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Introdução
Neste ensaio, pretendo apresentar e questionar alguns aspectos da retomada nos últimos 8 anos de investimentos do setor hoteleiro no Centro Histórico de Salvador (CHS). Primeiro, destaco que essa retomada tem como forte aliado, diversos benefícios institucionais oferecidos pelo governo do Estado e pela prefeitura de Salvador – via programas de incentivos ficais, pois ambos têm o setor turístico como parte importante de sua política econômica. Segundo, tomamos como marcos desta retomada de investimentos em hotéis de luxo: a compra (2009) do edifício do Jornal A Tarde foi pela rede Fasano de Hotéis (que atualmente segue em obras) e, neste ano (2017), a reinauguração do antigo Palace Hotel, pelo grupo Fera Investimento; ambos representam a face mais visível de um projeto de elitização do entorno da Praça Castro Alves e da Barroquinha, que são espaços que ainda apresentam características de uso e ocupação mais populares, e que imprimem ao cotidiano do CHS uma relação especialmente dinâmica de rica diversidade urbana.
O método usado para reunir e comentar as abordagens que aqui apresentadas, tem como base o conceito de mosaico do filósofo alemão Walter Benjamin (1984). Seguindo esse conceito, trago, justaponho e analiso diferentes elementos (dados estatísticos, notícias de jornal, posicionamento crítico através de comentários, artigos, livros e relatórios sobre o temas, etc) que são trabalhados neste ensaio sobre a resignificação turística imposta às áreas urbanas centrais de valor histórico, articulada pela indústria do turismo e pelo estado, tendo como objeto o recente incremento de empreendimentos em hotéis de luxo no Centro Histórico de Salvador, considerados a partir de 2009.
Essa ressignificação que tratamos, parte da premissa que os espaços aqui estudados já eram centros turísticos, mas em uma escala diferente da que poderá ser alcançada agora, quando tornam-se objeto de uma ação articulada que agrega grandes investimentos, mercado de luxo (focados aqui nos do setor hoteleiro), megaeventos e mercado cultural global e um estado extremamente direcionado para políticas mais imediatistas de impacto econômico e para ações de maior apelo no imaginário popular e que proporcionem maior capitalização política em benefício de seus gestores: ou seja, nada de ações essenciais estruturantes, mas que só podem ser pensadas a médios e longos prazos e que demandam continuidade entre gestões e autonomia de um corpo técnico e social (com representação da sociedade), em relação aos cargos de confiança do alto escalão dos governos.
Proponho uma leitura crítica inicial desse fenômeno, para tornar mais evidentes os arranjos que articulam a produção urbana, dentro de estruturas hegemônicas do poder público e do capital financeiro. Esses arranjos privilegiam o lucro de grupos investidores, cujas ações são pensadas para exploração do capital urbano, arquitetônico, social e cultural dessas áreas. Esse modelo de investimento – não importa se feito por empresários, pelo poder público ou em parcerias público privado – se apropria do que existe de patrimônio cultural comum a toda sociedade, cria simulacros de expressões culturais já padronizadas e estetizadas para este mercado, em detrimento de uma maior observância sobre as evidentes demandas sociais que podem ser extraídas de uma pesquisa feita em 2009 que se respondia a questão2: “O que você acha da atual situação do Centro Histórico de Salvador?” É notável que “ingerência política” e “descaso político” apareçam entre as três primeiras colocações com larga margem de votação, entre outros itens como: sujeira/lixo e insegurança/violência.

Alguns casos chaves sobe ressignificação turística imposta a áreas urbanas centrais
Cidades como Madrid e Lisboa, que passaram por processos de reformulação urbana, baseados nos princípios do planejamento estratégico (o primeiro focado na espetacularização e megaeventos e o segundo no turismo do patrimônio histórico), são hoje referências quando se trata de movimentos contra-hegemônicos que questionam e desafiam os impactos nocivos dessas políticas na vida dos moradores – das áreas menos nobres, mas de valor histórico e cultural – implicando diretamente a questão habitacional. Paradoxalmente, se fala nesses movimentos em um novo tipo de colonização dessas cidades, dos seus espaços públicos e privados pelas ações do capital externo, aliadas ao estado, que abriu o acervo imobiliário dessas áreas para a exploração financeira pelo capital privado internacional. Nestas cidades, iniciativas deste tipo tiveram como efeito mais recorrente e intenso a expulsão dos moradores mais pobres, gerando uma crise habitacional para as pessoas na faixa de renda mais baixa e abriram um grande debate sobre o direito de moradia dessas pessoas nestas áreas.
Em Portugal, o Movimento Morar em Lisboa elaborou uma petição pública3 “Morar Em Lisboa – Carta Aberta. Ao governo, aos deputados, ao município, aos cidadãos!”. Nesta carta é denunciada a contribuição decisiva do estado para o processo de especulação imobiliária que tem resultado na impossibilidade de moradores mais pobres permanecerem no centro da cidade, que é alvo de fortes incentivos fiscais para a implantação das chamadas indústrias criativas e de hotéis – exatamente como está acontecendo agora em Salvador com o programa de governo Salvador 360, que no 4º Eixo, dedicado ao Centro Histórico, inclui os programas REVITALIZAR e PIDI, que falaremos a seguir.
Em 2004 na cidade de Barcelona, três publicações editadas e lançadas por diversos coletivos, foram marcantes para ampliar o debate junto aos moradores da cidade sobre as políticas habitacionais e a expulsão de moradores pobres, no qual estes movimentos sociais estavam engajados desde a década de 1990, quando foram realizadas as grandes obras de reformulação urbana no porto de Barcelona e a preparação da cidade para os Jogos Olímpicos. As publicações foram: Barcelona marca registrada; La otra cara del Forum de las Culturas e Taller contra la Violencia Inmobiliaria y Urbanística (GANT, 2011, p. 31). Segundo Agustín cola Gant4 passados mais de 10 anos, o conteúdo crítico das publicações segue “longe de estar desatualizado” pois eles ainda põem em destaque “algo que hoje ninguém pode negar”:
Os políticos e os empregadores têm vendido a cidade ao capital, o que implica destruir as formas de vida populares que, por definição, representam um obstáculo para a obtenção de lucros. (GANT, 2016, p. 32, tradução nossa)
Ainda sobre movimentos sócias com essa pauta, destaco o trabalho do coletivo artístico Left Hand Rotation5, da Faculdade de Bellas Artes da Universidad Complutense de Madrid (UCM) na Espanha. Uma iniciativa estudantil, surgida fora do ambiente acadêmico da arquitetura e do urbanismo, e que tem agregado politicamente diversas cidades do mundo através de ações artísticas. Entre 2010 e 2014 eles realizaram a oficina: Gentrificación no es un nombre de señora6, analisando o papel da cultura nos processos de gentrificação em 10 cidades de diferentes países (Bilbao, Gijón, São Paulo, Brasília, Madrid, Valência, Lisboa, Roterdã, Bogotá e Barcelona). Em 2012, a partir das oficinas, foi criada a plataforma colaborativa Museo de los Desplazados7 que atualmente (dez/2017) reúne 92 relatos de ocorrência de gentrificação em todo mundo (Abrangendo 20 países dos seguintes continentes: América do Sul, do Norte e Central, Europa e Ásia), criando um fórum permanente de troca de experiências e de ações contra esse processo. Em novembro deste ano, eles estiveram no Brasil convidados pelo Grupo de Pesquisa Indisciplinar, da UFMG para realizarem o workshop “Belo Horizonte: 120 de Gentrificação”, integrando as atividades do 1º Seminário Internacional. Urbanismo Biopolítico.

Os investimentos do setor hoteleiro em Salvador a partir de 2009
Vimos, nos exemplos de Portugal e Espanha, uma pequena mostra de como esse modelo de projeto excludente empreendido pela indústria do turismo, alinhado ao mercado imobiliário e seguindo as regras do planejamento estratégico, está sendo fortemente rejeitado por diversos segmentos sociais nas cidades onde este modelo está a mais tempo em vigor. Ainda assim, ele chega até nós, no CHS, reformulado como “o novo”. O que caracteriza na verdade a busca de novos mercados por esses investidores que migram constantemente, seja ao sabor de maiores lucros e facilidades junto ao estado (pela via dos incentivos fiscais), seja pelas limitações que lhe são impostas, ainda que de forma pontual, pela combatividade dos movimentos sociais que se articulam, ganham visibilidade e disputam com grande capital as regras de regulamentação e normatização sobre a cidade que são – e devemos exigir que continuem sendo – prerrogativas de interesse público, mas que devem ser conduzidas e construídas pelo poder público dentro de estruturas efetivamente participativas que busquem o equilíbrio pelo interesse de todos, priorizando seriamente as pessoas mais vulneráveis não de forma assistencialista apenas, e sim com perspectivas que contribuam de forma continuada para a superação dessa condição.

Na tabela abaixo, com dados de 2008, mostramos os grandes empreendimentos hoteleiros previsto para serem executados até 2016 no Centro Antigo de Salvador (CAS) - que abrange uma área maior que o Centro Histórico (CHS)8. Em cada um deles, atualizamos a situação para 2017.
Investimentos Privados Previstos (2009/2016): Posição em 13/11/2008
Empreendimento
Palace Hotel
Hotel Salvador
Txai Salvador
Edifício A Tarde
Origem
Portugal
Portugal
Nacional
Nacional
Localização
Rua Chile
Comércio
Contorno/Dois de Julho
Rua Chile
Operadora
Hotéis
Hilton
A definir
Empreendimentos
Previsão de abertura
-
-
Dez 2001
Dez 2001
Situação (nov/2008)
Planejamento
Planejamento
Planejamento
Planejamento
Situação (dez/2017)
Inaugurado em mar/2017 com o nome “Fera Palace Hotel” e a operadora é a Fera Hotéis
Cancelado9
Ações de especulação imobiliária10
Em obras e a operadora será a Fasano Hotéis
Fonte: LTA Administração e Participações Ltda.: Diagnóstico da Economia do Turismo no Centro Antigo de Salvador, 2009. Disponível em: <http://www.centroantigo.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=11>. Acesso em: 29/05/2016.
Para que tenha êxito, a indústria hoteleira de alto padrão, que tem se aproximado nos últimos anos do CHS, não pode se restringir ao empreendimento hotel e suas credenciais de luxo e serviços exclusivos, cuja expressão mais em voga é a do “hotel butique”. Com relação ao espaço urbano, o êxito neste tipo de investimento depende de outras iniciativas articuladas entre investidores e governo, pois demandam um grande aporte de serviços públicos que são direcionados para o entorno dos hotéis em detrimento de outras áreas da cidade onde se fazem mais necessários. O mais evidente deles é a segurança pública. Vemos por exemplo o policiamento quase ostensivo no CHS, na alta estação e a presença de policiais nas redondezas de hotéis como o Fera Palace.
Ainda que o policiamento nos pareça evidente, sua suposta falta é, invariavelmente, motivo de queixa entre os empresários locais, que parecem desejar um policial para cada turista ou grupo turístico. Atitude que evidencia alienação e descaso com as questões sociais implicadas nesta forte e persistente demanda por mais segurança, feita por aqueles que querem ter o usufruto privado do bem comum que é o patrimônio cultural do CHS. Patrimônio este que não se restringe a sua formação arquitetônica e urbanística, pois essa formação carrega uma história de pessoas, de disputa entre grupos sociais, que sempre foram dadas em caráter de extrema desigualdade, como o é toda relação desde a escravidão até hoje na exploração da pobreza. Mas esse lado desfavorecido da relação não se vitimiza e tem buscado historicamente seu lugar de direito, ainda hoje negado; e nessas adversidades, tem sido capaz de deixar expressões e contribuições fundamentais para a formação do que hoje está dado no Centro Histórico como Patrimônio Cultural da Humanidade.

O poder público na ressignificação das áreas urbanas centrais
Em 29 de maio deste ano (2017), a prefeitura lançou o programa de governo, Salvador 360, que possui 08 eixos: Simplifica; Negócios; Centro Histórico; Investe; Cidade Inteligente; Cidade Criativa; Cidade Sustentável; Inclusão Econômica. Esse programa, reforçou um modelo político mais radical de gestão pública pelo planejamento estratégico, que tem caracterizado as gestões do atual prefeito, Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto – reeleito em 2016 – que e feira em parceria estreita com o mercado através de leis e projetos, voltados para a valorização dos empreendimentos forjados nos marcos culturais, arquitetônicos e urbanísticos e no apelo para o moderno pela tecnologia digital.
No eixo Centro Histórico, o Programa REVITALIZAR e o Programa de incentivo ao Desenvolvimento Sustentável e Inovação (PIDI)11, são os responsáveis em promover as transformações urbanas planejadas, sobre a forma atual de uso e ocupação do CHS, através da concessão de incentivos ficais para recuperação de imóveis, no primeiro, e para investimentos empresariais no segundo. Ambos os programas, atuam de forma complementar e claramente direcionada, para a adaptação do entorno ao padrão de consumo dos investimentos hoteleiros: Fera Palace Hotel e Hotel Fasano.
Mesmo como parte estratégica e mais visível, desta transformação marcada nos projetos recentes para o CHS, entendemos que o Fera Palace Hotel é hoje uma heterotopia12. Reinaugurado este ano (2017) na rua Chile, o hotel ainda está desarticulado das outras ações previstas no projeto mais radical de transformação do Centro. O Fera Palace Hotel é um contra espaço, daquele espaço ainda hoje muito próximo das relações cotidianas dos frequentadores mais pobres. Por quanto tempo será?
O “Bahia Design District” é o título – até o momento – do conjunto de investimentos previstos no CHS pela Fera Empreendimentos, do qual o hotel faz parte, e que prevê: 3 edifícios, 1 hotel de luxo (o Fera Palace Hotel, inaugurado em 2017), 6 restaurantes, 1 casa noturna, 2 galerias de arte e 1 estacionamento (o “Premium Car Park”, inaugurado também este ano). A medida que os grandes projetos de turismo e de investimentos imobiliários se aproximam e se instalam no CHS, as heterotopias de espaços antes segregados ou invisibilizados para o poder público, subitamente saem da cegueira destes, para se transformarem em locais inconvenientes e indesejados dentro das novas funções e ambiências, desejadas pelos investidores e pelos programas políticos a estes alinhados, para o que o CHS possa atender ao novo perfil de consumo desenhado em seus projetos estratégicos.
É nesse lugar que atuam os programas REVITALIZAR e PIDI, que visam promover pela via jurídica (como leis de incentivos fiscais que são), uma mudança no padrão de ocupação e uso do entorno desses empreendimentos, sem discussão com as pessoas que o ocupam atualmente, como na região da Barroquinha, alvo do segundo edital do PIDI, lançado em 13/12/2016, voltado para a “implantação, ampliação ou reforma de espaços destinados a atividades culturais, alimentação e outros especificados segundo a Classificação Nacional de Atividades” (PIDI, Edital N.º 02/2016, p. 01).

Conclusão
Segundo afirma Augustín Cócola Gant, “o capital é atraído se lhe está garantido os processos gentrificação, onde a população original é deslocada por novos residentes com rendimentos mais elevados” (GANT, 2019, p. 35). O que está em paralelo no contexto desses investimentos é um agressivo movimento de especulação imobiliária nesta parte do CHS que se beneficia ao impor reformas, demolições, desvalorização ou revalorização nesta área, ao sabor do que for política e financeiramente o melhor investimento do momento, numa perspectiva de lucro centralizado e de benefícios para um pequeno grupo. Mas esse tipo de negócio não se sustenta apenas pelo turismo e comércio de luxo poderá atrair. Sem uma visão macro, numa perspectiva social, que integre a grande diversidade de demandas que esta cidade possui, devida e sua grande pobreza e extrema desigualdade social, estes se tornarão guetos de luxo cercados por uma pressão social insustentável. Investimentos desse tipo na cidade sempre enfrentaram altos e baixos, justamente por chegarem de forma oportunista e saírem quando não são mais rentáveis, sem relação com do impacto social que possam causar.
Entre o século XIX e meados do século XX, uma série de hotéis foram instalados, fechados, demolidos ou abandonados nesta região em torno da praça Castro Alves, rua Chile e av. Sete de Setembro (antiga ladeira de São Bento). Antes do tombamento do CHS, edifícios não monumentais, mais importantes por sua relação com a história política e cultural de nossa sociedade e da cidade, foram sistematicamente desaparecendo por diversas razões, mas principalmente, para dar lugar a outros edifícios e um novo traçado urbano que carregasse a alcunha da modernização. Foram demolidos nesse período: Hotel Meridional (r. Chile); Hotel Sul América (lad. De São Bento); Hotel Sulamericano (antigo Hotel Bonau, na lad. de São Bento); Hotel D'Univers (lad. São Bento); Hotel Paris (lad. de São Bento) e Hotel das Nações (Comércio).
Desse período ainda hoje estão em ruínas o Hotel São Bento (largo de São Bento) e o Hotel Castro Alves (lad. da Barroquinha), como estavam até pouco tempo o Palace Hotel e o Hotel Wagner (que funcionava em parte do edifício do Jornal A Tarde), que hoje representam um modelo de elitização e de padrão elevado de consumo, que desconsidera a forte heterogeneidade local neste setor, que possui uma série de hotéis populares ativos, especialmente na rua Rui Barbosa (entre a rua Chile e a praça Castro Alves) como: Pousada da Praça Hotel, Hotel 24 Horas, Don Juan Hotel e o Hotel Paris. Na Baixa dos Sapateiros temos: Hotel Barroquinha e Hotel Halley e, por fim, na rua Chile a Pousada Colonial Chile ou Hotel Chile.
No mosaico deste ensaio, foram reunimos e articulamos elementos que nos ajudam a questionar a forma de produção hegemônica da cidade, ficada aqui ao entorno da praça Castro Alves, com o recorte dos empreendimentos hoteleiros. Essa forma de produção, vem de modo crescente nos sinalizando e conscientizando para a necessidade de ampliar a reflexão sobre os modelos de debate e as formas resistência e disputa que temos empreendido em diversas frentes, para lidar com os modelos econômicos e urbanísticos e impostos sobre a cidade de forma unilateral, e como este arranjo está presente hoje nos programas urbanos que já chegam como leis, intervindo autoritariamente sobre as formas mais populares e tradicionais de uso e ocupação da cidade.

Referências

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TEIXEIRA, Cid. Salvador: história visual. Salvador: Correio da Bahia, 2001. Livros Nº: 2 e 3.

1 Revisão e atualização em dez/2017.
2 Em uma pesquisa realizada em 17/07/2009 pelo Jornal A Tarde Online em “Foram registradas 270 incidências de aspectos negativos e 8 incidências de aspectos positivos no CHS. A enquete fazia a seguinte pergunta: “O que você acha da atual situação do Centro Histórico de Salvador?”. Entre os 10 primeiros lugares estavam: 1. Ingerência política; 2. Sujeira/lixo/fedor; 3. Descaso político; 4. Insegurança/Violência; 5. Marginalidade/ bandidagem; 6. Drogação; 7. Assédio/ pedintes; 8. Abandono de pessoas/ moradores de rua; 9. Tráfico de drogas; 10. Abandono patrimônio histórico e cultural/ degradação. Fonte: “A dimensão social e o quadro de vulnerabilidades do Centro Antigo. RELATÓRIO FINAL. Disponível em: <http://www.centroantigo.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=11>. Acesso em:29/05/2016.
3 Disponível em: <http://moraremlisboa.org> Acesso em: 02/03/2017.
4 No artigo: La producción de Barcelona como espacio de consumo. Gentrificación, turismo y lucha de clases. Agustín Cócola Gant In: Cartografía de la ciudad capitalista. Transformación urbana y conflicto social en el Estado Español. 2016.
5 Rotação da mão esquerda (tradução nossa)
6 Gentrificação não é o nome de uma senhora (tradução nossa)
7 Museu dos Deslocados (tradução nossa). Endereço na internet: <http://www.lefthandrotation.com/museodesplazados/index.htm> Acesso em: 18/10/2016.
8 Para ver os limites citados ver o mapa de “Ocupação Urbana e Ambiente Construído”. Disponível em: <http://www.centroantigo.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=16>. Acesso em: 27/12/2017.
9 Os imóveis onde seria implantado o Hotel Hilton no bairro do Comércio em Salvador, entre eles o que é conhecido como “Casa dos Azulejos” foram desapropriados pela prefeitura este ano e, segundo esta, serão implantados equipamento culturais como o Museu da Histórico, Arquivo Público e o Museu da Música. Fonte: Disponível em: <http://www.salvadornoticias.com/2017/05/casaroes-na-rua-da-belgica-serao.html>. Acesso em: 23/05/2017.
10 Para informações mais detalhadas sobre o Taxai Salvador ver o artigo: “Patrimônio Histórico-Cultural: Monetarização e gentrificação no bairro Dois de Julho” (2014), de MOURAD, Laila; BALTRUSIS, Nelson; FIGUEIREDO, Glória Cecília. Disponível em: <http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq-3/htm/Artigos/SC/ORAL/SC-PCI-018_MOURAD_BALTRUSIS_FIGUEIREDO.pdf>. Acesso em: 05/04/2015. Segundo este artigo: “Depois de uma estratégia bem sucedida de valorização da área, os imóveis adquiridos para implantar o Hotel TXAI Salvador pertencem agora à Brazil Hospitality Group – BHG, nova marca, resultado da fusão celebrada em janeiro de 2010 entre a Invest Tur e a Latin America Hotels. O processo de união entre as duas empresas consolidou e explicitou, segundo ‘o presidente da BHG, Pieter Jacobus F. Van Voorst Vader, o foco no mercado de: hotelaria, resort super exclusivo, e a segunda residência’ […] O processo de expulsão da população mais pobre não se restringe às famílias que moravam na área onde será construído o Hotel TXAI. Os empreendedores do Cloc Marina Residence estão apresentando aos proprietários proposta de aquisição de imóveis localizados no entorno do empreendimento. Além disso, ao longo desse processo, houveram várias tentativas de despejo pelos proprietários de imóveis ocupados por inquilinos de baixa e média renda.”
11 O REVITALIZAR corresponde a lei Nº 9.215/2017 e o PIDI a Lei Nº 8.962/2016.
12 O conceito de heterotopia que trabalhado aqui é resultado da análise que realizei na minha dissertação de mestrado, onde uso esse conceito tanto da obra de Henry Lefebvre quando da obra de Michel Foucault, para que juntos possam elucidar a ideia que trabalhei na dissertação sobre o formas de segregação no espaço e nos discursos, reunindo ambas as abordagens que cada autor traz, no sentido de dar mais possibilidades sobre a complexidade desse conceito e dando mais visibilidade as diferentes formas de segregação.

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